sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sketchbook + Sol + Ipanema



Tenho uma "tioria" (expressão que uso para pseudo-teorias cientificamente não comprovadas, vulgo, minha opinião). O pessoa que não gosta de praia não é inteiramente carioca, é um semi-carioca ou um pseudo-carioca. Assim como a pessoa que nasce na cidade do Rio de Janeiro e não torce para o Flamengo ou que não gosta de samba, de Cartola, Candeia, Paulinho, de tardes de domingo no Maráca, de feijoada na Portela, que não fica rouco quando vai na Pedra do Sal ou no Renascença (salve meu amigo Moacyr Luz, um abraço), que não se acaba nos blocos de Carnaval, que nunca mandou ver uma pizza na Guanabara às quatro da madruga... também são semi-cariocas. Não adianta, não entendem a liturgia do cargo, não compartilham do nosso genius loci, das histórias cotidianas que correm nas artérias dessa cidade.
Entre um mergulho e outro, fiz no meu sketchbook estas aquarelas, em mais um habitual lindo dia de calor na cidade maravilhosa. Levei um pequeno estojo de aquarela, lápis e borracha e alguns pincéis. O desenho tem que ser rápido, as pessoas chegam ,ficam um pouco e vão logo embora, mudam de posição toda hora, algumas só passam (como os ambulantes). Os desenhos das pessoas foram se sobrepondo, as pessoas que via eram desenhandas sobre os desenhos daquelas que haviam partido. É preciso capturar o espirito da cena, a essência do lugar, incluir os personagens urbanos, os arquétipos do inconsciente coletivo, o cara do mate, o vendedor de biquinis, o cara da mousse, as falas dos ambulantes, a mulher gostosa, o morro dois irmãos.
Durante o trabalho acabou acontecendo um acidente feliz, algo não planejado. O cara do mate foi desenhado sobre o desenho das pernas das meninas que estavam atrás dele. Ficou parecendo a sobreposicão de duas camadas de desenho, mas também ficou parecendo a imagem de uma outra coisa refletida no latão de mate. Gostei dessa ambiguidade, um desenho que transita entre duas coisas, talvez, tenha algo a mais para oferecer. Uma coisa que paira entre possíveis categorizações é melhor que outra que entra direto dentro da caixa. provoca uma real experiência. Certa vez, um professor meu, para exemplificar essa questão, usou uma citação de Picasso: Quero fazer algo que é um morcego sem deixar de ser uma caixa de fósforo.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CADERNOS URBANOS no Museu Histórico Nacional (18/09/2010)

 foto:  http://www.panoramio.com/photo/6747568

Prezados,
No sábado (18/09/2010), de 14 às 18 hs, invadiremos o pátio dos canhões dentro do Museu Histórico Nacional, no Centro do Rio de Janeiro. Levem seus cadernos de croquis, canetinhas, aquarelas, etc.
Quem quiser pode chegar.
Todo sábado um lugar diferente, até o final do ano.
aquele abraço.

domingo, 12 de setembro de 2010

Retrato em aquarela, cortesia de Eduardo Belga, meu amigo ilustrador de Brasília

Estudando Sargent

John Singer Sargent é um dos meus artistas favoritos, viveu de 1856 a 1925 e estudou arte em Paris. Era filho de americanos, mas nasceu em Florença, Itália. Seu trabalho revelava influências do impressionismo e do grande mestre espanhol Velásquez. Suas aquarelas da cidade de Veneza são extraordinárias e, na minha opinião, foi um dos maiores retratistas de sua época.

Esta minha aquarela é um estudo onde usei como referência o quadro de Sargent intitulado Cravo, Lírio, Lírio, Rosa (1885/86) 2,99 x 1,53 m - Tate Gallery, Londres. Este quadro foi pintado nos outonos de 1885 e 1886 em Farnham House e Russel House, casas de Frank Millet em Broadway, Inglaterra. As duas meninas (só desenhei uma), Dorothy e polly, eram filhas do artista Frederick Barnard. Quando as flores do jardim murchavam, Sargent transportava canteiros de rosas e pedia que plantassem novos lírios. A obra foi feita inteiramente ao ar livre e, como o crepúsculo era de pouca duração, o cavalete, a tela e os modelos tinham que ficar a postos à espera daquela luz especial.

Estudando Freud

Estudo, em aquarela, do quadro de Lucian Freud intitulado Night portrait (Retrato noturno, 1976-1977- óleo sobre tela, 71 x 71 cm, coleção privada).
Lucian Freud nasceu em 1922, em Berlim e é neto de Sigmund Freud. Apesar de nascido na Alemanha, estudou pintura em Londres, onde chegou em 1933. 

Os temas de Freud são geralmente de pessoas nas suas vidas; amigos, família, amores, crianças. Nas palavas do artista "o assunto do tema é autobiográfico, tudo sempre tem a ver com esperança e memória e sensualidade e envolvimento, mesmo." "Eu pinto pessoa - diz Freud - não precisamente pelo que elas parecem, não exatamente pelo que elas são, mas como eles deveriam ser."

Estudo, em aquarela, de Ilhabela (São Paulo)

Essa é a praia do Perequê em Ilhabela, São Paulo. Fiz esta aquarela durante uma tarde de sábado no curso do Cárcamo, um grande aquarelista e ilustrador chileno-brazuca, realmente um mestre jedi da aquarela. Valeu pelos ensinamentos mestre Cárcamo, vou divulgar seu curso para o povo aqui do Rio. <http://gcarcamo.blogspot.com/>
Aquele abraço e que a força esteja com você.

Estudo, em aquarela, de Paraty